sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sobre as Práticas de Auxílio Vocacional

No decorrer da disciplina pude desconstruir as práticas de orientar vocações sob o aspecto da naturalização que classifica o sujeito a partir de categorias pré-definidas e rígidas e opera na canalização das aptidões e capacidades humanas voltadas para o trabalho. Segundo esta prática, apontam-se as verdadeiras vocações, dando o veredicto final sobre a escolha da profissão.

Tais práticas atingem principalmente os jovens nas suas angústias e conflitos pessoais acerca da escolha da profissão. Na ânsia de obter um posicionamento e direcionamento que defina a sua escolha, esses jovens acabam encontrando, na atuação do psicólogo, respostas prontas para suas demandas a respeito da carreira a ser seguida.

Tais respostas são obtidas através de práticas instrumentalizadas, testes, técnicas e procedimentos que objetivam orientar os clientes no sentido de uma profissão que esteja pautada de acordo com suas aptidões, deixando de considerar o sujeito como um agenciamento coletivo de enunciação, e negligenciando os atravessamentos histórico-sociais que perpassam a vida desse sujeito.

A análise do vocacional, por sua vez, propõe outra modalidade de intervenção que está baseada na problematização da produção de escolhas utilizando o dispositivo grupo como potencializador da diversificação dos modos de experienciar as situações corriqueiras. Sendo assim, as possibilidades de escolhas e o modo de escolher dos clientes são ampliados e trazidos à consciência desses, provocando a partir disso, um estado de awareness. Com isso, o cliente poderá refletir sobre suas prioridades ao construir critérios para efetuar uma escolha, e, nesse sentido, poderá estar cônscio dos valores que lhe são caros ao escolher uma profissão.

Kely Mafra S. Patricio

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