quinta-feira, 8 de julho de 2010

Extensão Universitária, “CONSTRUINDO UM PROCESSO DE ESCOLHA MESMO QUANDO ‘ESCOLHER’ NÃO É UM VERBO DISPONÍVEL” e Equipe

Acredito que assim como todos os inscritos na disciplina Análise do Vocacional, eu me afetei e fui atravessado pelos conteúdos, pelas discussões e pelo grupo. Ao analisar o que postaria no blog, cogitei escrever sobre minha experiência no projeto de AV desde 2006. Mas, desisti. Afinal, já fiz uma escrita acadêmica sobre isso, orientada pelo professor doutor Pedro Paulo Bicalho, que representou o nosso Instituto de Psicologia no Prêmio Silvia Lane, da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia em 2007 e ganhou a menção honrosa. Pensei em seguida em fazer um recorte e cola dos resumos, artigos e apresentações que o projeto de pesquisa e extensão “CONSTRUINDO UM PROCESSO DE ESCOLHA MESMO QUANDO ‘ESCOLHER’ NÃO É UM VERBO DISPONÍVEL” fez nos mais de dois anos em que atuei nele. Foram tantos, na nossa universidade, em todas as Jornadas de Iniciação Científica (sendo finalista da JIC) e Congressos de Extensão (ganhando menção honrosa) desde 2006 na UFRJ, em congressos, reuniões, seminários, simpósios no Rio de Janerio, no Brasil e em outros países. Rapidamente, percebi que não caberia aqui. Aí, regressei a março de 2006 quando iniciasse esta inserção na UFRJ e vasculhando meu baú de coisas achei o primeiro resumo que confeccionamos para um evento acadêmico. Quando olhei pra ele, de forma simples, estava lá o sentido do que deveria postar. Não puramente pelo resumo em si, mas o que ele representa pra mim. Como lerão, ele começa as palavras EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA no topo e foi escrito para o Congresso Brasileiro de Extensão Universitária de 2006, que se realizou na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis. Em seguida aparece o título CONSTRUINDO UM PROCESSO DE ESCOLHA MESMO QUANDO ‘ESCOLHER’ NÃO É UM VERBO DISPONÍVEL, que fala por si só e abaixo vem escrito EQUIPE ao invés de autores. O resumo é lindo, mas não é o mais importante. Queria me deter a estes três analisadores que saltam meus olhos neste resumo para levantar questões, completamente em aberto para que todos possam simplesmente pensar. Afinal, acredito mesmo que não há resposta para elas. 1-EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2- CONSTRUINDO UM PROCESSO DE ESCOLHA MESMO QUANDO ‘ESCOLHER’ NÃO É UM VERBO DISPONÍVEL, 3-EQUIPE.

1- Penso que a Análise do Vocacional não funciona no modelo fechado de disciplina, preso numa grade curricular. A sua constituição é atravessada pela extensão universitária, é necessário o diálogo com o campo, com a realidade das escolhas que se constituem no dia a dia.
2- A partir do título do projeto e das discussões da disciplina, começei a me questionar que é possível que uma das dificuldades apresentadas no semestre no que tange a absorção do conteúdo possa ser além da não apropriação conceitual, uma vivência prática, do que seria construir um processo de escolhas mesmo quando ‘escolher’ não seja um verbo disponível.
3- O que caracteriza a potência de qualquer articulação, do tecer de uma rede é a constituição de uma equipe, que dialoga, critica e constrói algo junto na perspectiva de se estabelecer um grupo. Com todas as diferenças que se possa ter dentro deste locus. Quando li que em nosso primeiro resumo não nos chamávamos formalmente de autores, mas de equipe, refleti que talvez não tenhamos construído desde o início da disciplina esta identidade de grupo. E isto ajudou a potencializar a percepção de que tínhamos em sala dois lados diferentes.

O que fica pra mim é a necessidade urgente de pensarmos mais articulações que produzam rupturas em nossas formações. Precisamos rapidamente de coisas novas que nos façam estar em crise para podermos dialogar com o novo e até mesmo reafirmar o que acreditamos.

Abaixo o primeiro resumo que a EQUIPE do projeto de pesquisa e EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA ‘CONSTRUINDO UM PROCESSO DE ESCOLHA MESMO QUANDO ‘ESCOLHER’ NÃO É UM VERBO DISPONÍVEL’ produziu em meados de 2006:

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA:

“CONSTRUINDO UM PROCESSO DE ESCOLHA MESMO QUANDO ‘ESCOLHER’ NÃO É UM VERBO DISPONÍVEL”
Equipe:
Pedro Paulo Gastalho de Bicalho (orientador)
Alice Paiva Souto
Cleriston Philip Buriche Bartalini
Raquel de Mello Oliveira
Claudete F. de Souza
Richarlls Martins
Mayra Lameirão
Daniele Muniz de Lima

Considerando que um dos grandes desafios enfrentados pelas universidades brasileiras são as desigualdades étnicas, econômicas e regionais, acredita-se que, embora não seja uma obrigação da universidade organizar cursos de pré-vestibular, cabe a ela enfrentar essas desigualdades - historicamente construídas -, chamando a atenção para políticas públicas passíveis de implementação. Deste modo surgem, no ano de 2005, os cursos de pré-vestibular comunitários do Caju e de Nova Iguaçu, a partir de parcerias entre prefeituras municipais, órgãos de fomento a pesquisa e a Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O curso de Psicologia insere-se neste projeto, em 2006, com a proposta de um modo de intervenção coletivo que possibilite a criação de um campo de problematização das questões que atravessam a escolha profissional na atualidade, construindo dispositivos comprometidos com a afirmação da potência da vida. Habitualmente intervir como psicólogo pressupõe analisar um território individual, interiorizado ou, no máximo, circunscrito a relações interpessoais, transferindo as produções políticas, sociais e econômicas ao campo de estudos de um ‘outro especialista’. Tentar percorrer outros caminhos e recusar esse destino, lançando mão de uma ‘caixa de ferramentas’ teórico-conceitual é o desafio, recusando o lugar de ‘ortopedista social’, com seus saberes prontos em planejamentos metodológicos assépticos e de enfoque positivista.

Abraços em todos

Richarlls Martins (Não consigo nem imaginar como teria sido a minha vida se no final de março de 2006, num domingo a tarde, não tivesse recebido uma ligação comunicando que havia sido selecionado para construir esta equipe. Muito obrigado PP! Com carinho este agradecimento público)

Nenhum comentário:

Postar um comentário