Há uma idéia bastante presente no mundo ocidental, com raízes na filosofia de Platão, de que existiria uma essência no ser humano, a qual seria inata, dada a priori e imutável; ela seria anterior à experiência e direcionaria toda ela. Seria um núcleo norteador da existência. Para o Existencialismo, ao contrário, o Homem nasce sem nada definido, a não ser sua abertura para vir a ser o que escolher diante das opções e circunstâncias que lhe são dadas. A essência do Homem é, então, ser um ser das possibilidades. O homem se explora, experimenta, escolhe, vive, atua etc. Só depois, ele se define. E mesmo assim, essa definição é provisória, pois a existência não acaba e está sempre reconstruindo o sujeito.
Assim, o homem é responsável por si, por quem se torna e pelo que produz no mundo e no outro. Ele é autor de si mesmo. É autodeterminado. Ele não tem garantias, pois nada em sua vida é determinado por forças outras que não sejam seus próprios atos. Nada lhe é dado de antemão, a não ser aquilo que ele alcança com mérito. Portanto, existência é angústia. Angústia do incerto e da responsabilidade que é existir. Isso, contudo, não deve ser visto de forma pessimista ou paralisante. Ao contrário, esta moral da ação e do engajamento permite ao homem mudar a sua realidade de forma ativa. É otimista e mobilizante. O homem é livre de determinismos e livre para se tornar tudo que puder ser.
Pensando em tudo isso, é que devemos lembrar que muitos dos diagnósticos contidos nos laudos, muitas vezes são tratados como uma essência dada a priori; algo próprio do sujeito, desconsiderando todo o universo ao seu redor e o repertório de possibilidades existenciais que lhe foram dadas. Ou seja, como se o sujeito não fosse um ser-no-mundo, uma co-construção coletiva (pois, assim como esse sujeito é responsável por si, os outros também são responsáveis pelo que produziram nesse sujeito). E ainda, como se esse “núcleo essencial” fosse definitivo e fortemente arraigado, ao invés de provisório e processual, em constante movimento.
Ruth Fonte
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Li uma matéria na internet, com data 22/06/2010, que diz sobre a questão dos Laudos para os vestibulandos:
ResponderExcluir"A psicóloga e orientadora profissional do núcleo de empregabilidade da FAE Centro Universitário, Nelcy Teresinha Lube Finck, explica o que são estes testes [vocacionais] e qual a importância deles.
“Os testes vocacionais vão medir a prontidão e a competência das pessoas para uma determinada área. Isso ajuda a direcionar uma carreira futura e quem faz tem a tendência de seguir os resultados obtidos por meio dos testes. Eles são importantes porque podem evitar que a pessoa tome uma decisão incorreta e também uma possível frustração quanto à vida profissional”, revela.
Ela diz ainda que o teste é confiável, uma vez que são adotados métodos científicos para a aplicação do mesmo. “Os testes são aplicados por psicólogos e abordam diversos aspectos. São realizadas entrevistas, dinâmicas de grupos, busca de autoconhecimento, entre outros. Ele não tem 100% de eficácia porque as pessoas são muito imprevisíveis, mas posso afirmar que o sucesso do resultado de quem faz o teste é de 95%. Por isso que acho importante que o jovem procure fazer este teste, pois será uma garantia a mais para que ele faça a escolha que satisfaça”, garante.
Camila Machado
havia postado, masn não está aparecendo...
ResponderExcluirVi uma notícia na internet que tem a ver com isso que vc está falando Ruth. É uma noticia sobre testes vocacionais, com data 22/06/2010:
A psicóloga e orientadora profissional do núcleo de empregabilidade da FAE Centro Universitário, Nelcy Teresinha Lube Finck, explica o que são estes testes e qual a importância deles.
'Os testes vocacionais vão medir a prontidão e a competência das pessoas para uma determinada área. Isso ajuda a direcionar uma carreira futura e quem faz tem a tendência de seguir os resultados obtidos por meio dos testes. Eles são importantes porque podem evitar que a pessoa tome uma decisão incorreta e também uma possível frustração quanto à vida profissional', revela.
Ela diz ainda que o teste é confiável, uma vez que são adotados métodos científicos para a aplicação do mesmo. 'Os testes são aplicados por psicólogos e abordam diversos aspectos. São realizadas entrevistas, dinâmicas de grupos, busca de autoconhecimento, entre outros. Ele não tem 100% de eficácia porque as pessoas são muito imprevisíveis, mas posso afirmar que o sucesso do resultado de quem faz o teste é de 95%. Por isso que acho importante que o jovem procure fazer este teste, pois será uma garantia a mais para que ele faça a escolha que satisfaça', garante."
Camila Machado
Concordo com você Ruth, os laudos não são definitivos, e nem é essa a sua função. Ao considerarmos o sujeito em uma constante transformação, eles consideram um momento específico do sujeito. Cabe ao psicólogo fazer o uso adequado dessa ferramenta.
ResponderExcluirNa entrevista com a psicóloga orientadora do núcleo me chamou atenção justamente a certeza, a previsibilidade com a qual ela trata os sujeitos, sendo os testes capazes de fornecer uma resposta 95% confiável - "pois será uma garantia a mais para que ele faça a escolha que satisfaça', garante."
Segundo ela os testes evitariam uma possível frustração proveniente de uma decisão incorreta quanto a escolha da carreira profissional.Mas não seria essa possível frustração importante para a sua constituição enquanto ser no mundo? Ou seja, não há respostas certas, cabe ao próprio sujeito se construir nas constantes buscas de soluções.