quinta-feira, 8 de julho de 2010

Eterna demanda de escolha



Esse trecho referente ao filme Trainspotting traduz um pouco a vida do personagem principal e as escolhas que o atravessavam. O que me fez pensar nas minhas escolhas. Como todos os alunos, pensei sobre o que postar nesse blog. Passei por um processo de escolha, eleger tais coisas em detrimento de outras. Confesso que me perturbou um pouco essa desconstrução de um processo de escolha já naturalizado em nós, a prova e o conteúdo dissertado em prova. E esse questionamento me fez refletir sobre as minhas outras escolhas na vida. As escolhas não estão naturalizadas em mim, talvez porque eu seja uma pessoa muito indecisa e os critérios que as atravessam não estejam tão cristalizados, o que torna as minhas decisões difíceis. O que torna essas escolhas ainda mais difíceis é a exigência de cada vez menos tempo para uma indeterminação subjetiva, esse tempo de espera e hesitação, nos impondo uma obrigação de agirmos imediatamente e de forma eficaz. Esse é um traço marcante em nossa sociedade, que tenta determinar um ritmo à subjetividade com a diminuição do intervalo entre o momento de perceber e o momento de agir. E como nos implicarmos eticamente em relação a isso, em relação à eterna demanda de escolhas que atravessa o outro, o paciente/cliente? Devemos fornecer dispositivos capazes de favorecer uma tomada de decisão baseada em uma escolha da escolha?

“O tempo indispensável para que um desejo se efetue, tempo esse inseparável das experimentações e dos agenciamentos, encontra-se cada vez mais anulado, ou melhor, controlado pelos mecanismos de poder que se exercem não apenas sobre a nossa subjetividade, mas também sobre a nossa própria condição vivente.” (Auterives Maciel)

Fernanda Leite Ribeiro

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