sexta-feira, 9 de julho de 2010

Quem disse que os instrumentos têm que ser feios, bobos e chatos?

Na última aula do curso foi esta frase a que mais me marcou, fiquei pensando no quanto torcemos o nariz para certos espaços só porque até o momento eles foram utilizados de determinada maneira. O laudo foi o exemplo dado, mas poderíamos pensar em outros. Será que um psicólogo que ocupa um cargo na polícia já fez, somente por estar ali, uma escolha reacionária? Será que falar em ocupar espaços de representação estudantil é algo ultrapassado? Acredito que não, mais ainda, acredito no quão é importante ocupar estes lugares para que possamos reinventá-los. É claro que em muitas ocasiões podemos inventar novos instrumentos e novos espaços para o exercício de uma micropolítica. Mas um caminho não exclui outro, embora, por vezes, possam parecer bem diferentes.
A imagem que me vem à cabeça neste momento é a de dois cineastas François Truffaut e Jean-Luc Godard, o primeiro parece compactuar com a narrativa tradicional, mas logo percebemos que seus personagens e suas histórias não nos levam a reflexões capturadas pelo discurso tradicional, já Godard rompe com a narrativa convencional e reinventa o próprio discurso fílmico. Há pouco tempo um documentário sobre os dois foi exibido nos cinemas, o que acendeu uma velha polêmica entre aqueles que acham necessário eleger o melhor entre um dos dois. Eu, particularmente, admiro os dois; e acho que a busca pelo melhor é algo muito chato, seja entre duas formas de filmar ou entre duas formas de atuar politicamente.

Willy H. Rulff

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