segunda-feira, 30 de maio de 2011

"Prefiro não"

Quando falamos em possibilidades de escolha, penso que o importante seria não deixarmos nos prender à escolhas já pré-postas a nós. Portanto, resta-nos criar a nós mesmos quando fazemos escolhas. Logo, quando criamos estamos resistindo, como diria Deleuze. Resistir pode se apresentar como um poder não fazer (potência de não ser), como ocorre na figura do escriturário Bartleby na obra de Herman Melville, ao dizer sempre que lhe perguntado: "prefiro não". Mas o que significa resistir? Responde Agamben: "é antes de tudo ter a força de des-criar o que existe, des-criar o real, ser mais forte do que o fato que aí está. todo ato de criação é também um ato de pensamento, e um ato de pensamento é um ato criativo, pois o pensamento se define antes de tudo por sua capacidade de des-criar o real". (AGAMBEN, imagem e memória). Fica o pensamento para refletirmos sobre as possibilidades de nos criar ao escolhermos.

Bruno Fontes.

Um comentário:

  1. Potente é o sujeito-não em detrimento do não-sujeito. Gosto deste pensado: ao “preferir não” faz-se uma escolha. Agora, e quando a escolha é justamente a de não preferir? – será que tem alguma importância nisso? – prefiro não preferir! Escolho...
    João.

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