terça-feira, 10 de maio de 2011

Política

Hoje na aula me lembrei muito de um livro do João Ubaldo Ribeiro que se chama "Política - quem manda, por que manda, como manda." Transcrevo abaixo alguns trechos que discutem essa questão da inevitável implicação política de todos nós e dos perigos de se pensar apolítico...

“É impossível que fujamos da Política. É possível, obviamente, que desliguemos a televisão, se nos aparecer algum político dizendo algo que não estamos interessados em ouvir. Isto, porém, não nos torna “apolíticos”, como tanta gente gosta de falar. Torna-nos, sim, indiferentes e, em última análise, ajuda a que o homem que está na televisão consiga o que quer, já que não nos opomos a ele. O problema é que, por ignorância ou apatia, às vezes pensamos que estamos sendo indiferentes, mas na verdade estamos fazendo o que nos convém. (...) Quando alguém diz,como é freqüente lermos em entrevistas aos jornais, que “não liga para a Política”, está naturalmente exercendo um direito que lhe é facultado pelo sistema político em que vive. Ou seja, em última análise, está sendo um político conservador, não vê necessidade de mudanças. Então não é apolítico, no máximo, falta-lhe a consciência de seu significado e papel político. (...) A Política não é, pois, apenas uma coisa que envolve discursos,promessas, eleições e, como se diz freqüentemente, “muita sujeira”. Não é uma coisa distinta de nós. É a condução da nossa própria existência coletiva, com reflexos imediatos sobre nossa existência individual, nossa prosperidade ou pobreza, nossa educação ou falta de educação, nossa felicidade ou infelicidade.
É claro que uma pessoa pode não se preocupar com a Política e os políticos. Trata-se de uma escolha pessoal perfeitamente respeitável. Mas, quando se age assim, deve-se ter consciência das implicações, pois se trata de uma atitude de passividade que sempre favorece a quem, em dado momento, está numa situação de mando dentro da sociedade.”

(Laura Bloch)
PS: Parênteses em homenagem à Aymara ;P

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