terça-feira, 17 de maio de 2011

E aí?

E aí? Essa pergunta vem depois... Vamos começar do início: o disparador do último grupo. Somos seres políticos, nesse sentido somos afetados pelo ambiente social onde nascemos, pela classe social de nossos pais, pelas instituições que atravessaram as nossas vidas. Podemos, então, dizer que fazemos parte de uma torcida de determinado time de futebol e não de outro, que somos de uma comunidade tal e não de outra, que somos da Zona Norte o e não da Zona Sul... Talvez possamos dizer isso e permanecermos tranqüilos de pertencer a determinado grupo e sentirmo-nos superiores com relação aos demais que compõem outros grupos. É exatamente essa forma de pensar “tranqüilizadora” que permitiu a emergência de um holocausto como o que ocorreu na Guerra do Kosovo (1996), onde antigos vizinhos de várias gerações começaram a se reconhecer como inimigos pela disseminação de determinados discursos racistas e segregadores, pelo medo do outro. Também nós, se nunca pararmos para pensar em tudo aquilo que engendra nossas ações, podemos passar toda a nossa vida alienados daquilo que, muitas vezes, nos determina.

O problema começa quando começamos a pensar, a pensar na escolha da escolha, a pensar que somos seres políticos, a pensar que diariamente reproduzimos modelos de comportamento (e de pensar) pré-determinados. Ao compreendermos isso poderemos voltar à pergunta inicial: e aí? O que fazer com isso? Como agir de forma não ingênua, entendendo que nossas atitudes não são tão livres como nós havíamos pensado até então? Podemos então, finalmente, nos perguntar: a que interesses estamos servindo? As respostas, nós sabemos, não são fáceis de achar, mas talvez só o fato de não termos mais tanta certeza já seja um bom sinal...
Paula Rubea

Nenhum comentário:

Postar um comentário