terça-feira, 19 de abril de 2011

dos rumos e devaneios


"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar"
(Eduardo Galeano)


Há umas semanas nosso grupo me fez lembrar desse trecho de Galeano (não se assustem se eu citá-lo muito por aqui, sou meio viciada!)
Foi o dia do papelzinho que dizia qual era a maior dificuldade em se fazer uma escolha.
Lembro que entramos numa discussão sobre objetivos, critérios de escolha, o que se fazer quando não temos escolha...
Me deparei com uma certa objetividade materialista que me assola. Escolho uma coisa porque tenho tal objetivo. Acho que esse é meu principal critério... o fim, onde quero chegar.
Fiquei um pouco angustiada quando me deparei com mais esse pouquinho do que eu sou. Mas depois de ir mais fundo lembrei que tenho muitos objetivos, e eles mudam e, e, e... no fim, eu quero mesmo é caminhar, é não ficar parada! Gosto de ter um caminho a trilhar e isso não é necessariamente ruim. Acho que continuo vivendo intensamente!
Galeano, como de costume, traduziu pra mim!

Pra terminar, mas uma do mesmo autor pra gente refletir no feriado:

"Dos medos nascem as coragens; e das dúvidas, as certezas. Os sonhos anunciam outra realidade possível e os delírios, outra razão.
Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos."


(Ana Marcela Terra)

Um comentário:

  1. Ana, adorei suas citações!

    Quando li que seu critério era o objetivo, o fim, compartilhei da mesma angústia. Angústia de estar fechada em um caminho pré-determinado e já estipulado. Angústia de não poder ser outro a não ser aquilo que decidi que serei. Angústia de ser aprisionado por si mesmo em suas próprias determinações(não posso chamar isso de escolhas, uma vez que não há outra possibilidade além da já decidida)

    Tal angústia me lembrou a música "A Seta e o Alvo" de Paulinho Moska, especialmente o final:

    "Então me diz qual é a graça,
    de já saber o fim da estrada
    quando se parte rumo ao nada."

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