quarta-feira, 12 de maio de 2010

Para uma crítica da razão psicométrica - Maria Helena Souza Patto

Oi Gente,

Segue os links da apresentação da aula do dia 11/05/2010.

Slides: http://www.4shared.com/document/GGFid9Vm/Para_uma_crtica_da_razo_psicom.html

Audio: http://www.4shared.com/audio/BUz6xzTr/av1105.html

4 comentários:

  1. Meu comentário se refere ao que foi discutido na última aula, e não especificamente ao texto de Maria Helena Souza Patto.
    O Pedro Paulo descreveu um pouco como são feitos os primeiros encontros com os grupos de adolescentes de Análise do Vocacional, em que eles têm que, já de início, explicar por que escolheram pagar tal quantia pelos encontros e fiquei pensando algumas coisas...
    A ideia de problematizar como se dão os processos de escolha é interessante, pois a escolha da profissão talvez seja a primeira “grande” escolha que fazemos e que é “comunicada” à sociedade. Daí em diante, as escolhas mais significativas são muitas – como o próprio Pedro disse, escolher um parceiro não é tarefa fácil; escolher em que área irá trabalhar depois da faculdade (pois, como discutimos, uma profissão é bastante múltipla e não pode ser resumida em uma só função); escolher se irá fazer pós-graduação ou não; escolher se irá se casar ou não; escolher onde morar; escolher se terá filhos; enfim, são muitas as escolhas com as quais nos deparamos e acho bem legal a ideia de conversar sobre e problematizar esses processos de escolha com os adolescentes.
    Acho também que essa talvez seja uma forma de trabalhar criticamente com eles, algo que é, na minha concepção, função essencial do ensino superior – ponto esse que também é apontado por Souza Patto, quando ela lamenta a forma como a Psicologia vem sendo ensinada, referindo-se à “inércia [...] presente no corpo docente da escola de 3º grau”, e como os psicólogos têm uma formação predominantemente técnica.

    Abs,
    Carolina Cibella.

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  2. O texto também discutido nessa aula "O problema da escolha e os impasses da clínica na era do biopoder" está me sendo muito útil. Estagio com adolescentes em conflito com a lei, e nós, do estágio, pudemos perceber como eles vêem a entrada para o tráfico de drogas, ou para qualquer outra atividade ilícita, como uma escolha pessoal. Eles individualizam a responsabilidade, "cada cabeça é seu guia", cada um sabe de si. O tráfico, para eles, é seu trabalho, sua fonte de renda. Segundo Luke Dowdney (no livro Crianças do Tráfico, 2003), "'escolher' entrar para o tráfico pode ser redefinido como sendo 'a melhor alternativa entre opções limitadas'". Se as opções para nós já são limitadas, então quais devem ser as opções para quem vive onde os direitos não chegam? Os que dizem querer "mudar de vida" não conseguem sequer dizer como fazer para alcançar esta meta. As escolhas são produzidas socialmente, e sobrecodificadas por uma escola (instituição socializadora tradicional), onde é dito que o caminho para o sucesso é o estudo. No entanto, a escola, não vem cumprindo com a expectativa destes jovens de ascensão social. Há um vazio das instituições públicas. O crime organizado, ao contrário, promete e cumpre um certo ganho de poder e financeiro. Como mostrar alternativas mais sedutoras que essas para esses meninos? Como construir com eles novos caminhos?

    Abraço,
    Yasmim de Menezes França.

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  3. A minha questão é sobre os testes psicométricos. A minha percepção é que eles são extremamente deterministas, conseguem, ou pelo menos tentam, nos encaixar em categorias pré-determinadas, formam um perfil, que muitas vezes não é o nosso. No caso do L.I.P., somos obrigados a escolher entre duas opções, a que mais gostariamos de fazer, então temos a difícil missão de escolher entre duas coisas que as vezes não queremos nem em nossos sonhos, então marcamos a menos pior, e essa opção, vai influenciar no resultado. Acredito que existam pessoas que tomem os resultados dos testes como verdades absolutas, como se "o teste disse, então sou assim". Como fica a questão da escolha profissional de um adolescente que vê o resultado de seu teste indo na direção oposta do que ele gosta de fazer? Não acredito que testes objetivos sejam capazes de ajudar muito nessa escolha.

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  4. Ana Carolina Gomes Perez22 de junho de 2010 às 15:46

    É preciso que, na posição de profissionais munidos do saber (e também poder) psicológico, lembremos sempre de que entre o laudo e as ferramentas de avaliação (especialmente as psicométricas) existe um encontro de sujeitos, uma potência de atravessamento; existe você e o paciente.
    Cabe frisar que os objetos, os testes, as avaliações só podem revestir-se de significado a partir de olhar humano - que não pode prescindir de ser humanizado.

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