quarta-feira, 28 de abril de 2010

Vídeo "Sobre a Estética da Existência"

Vídeo “Sobre a Estética da Existência”: http://www.youtube.com/watch?v=5AcXIOUbsd8


Aqui está uma pequena contribuição para ajudar a pensar esta análise dos critérios de escolha de que se ocupa a Análise do Vocacional. É um vídeo de Claudio Ulpiano, estudioso de Spinoza, onde são articulados os pensamentos de Spinoza e Foucault para falar de um conceito que acredito que nos interessa: a estética da existência.


Se o objetivo é analisar os caminhos que percorremos para a escolha, estamos falando de um homem livre, um homem de escolhas. Nem sempre esse homem utiliza, segundo o que no vídeo é proposto, estas forças de liberdade, ativas. Todos os homens, entretanto, tem a possibilidade de criar um campo de indagação, problematizar as próprias práticas, dando potência, assim, à sua força criativa. A existência estética é no sentindo grego, de existência como arte, como criação de si mesmo. É um constante re-existir, esforço em esculpir a própria vida. “Ou seja, só há liberdade, quando a causa da minha existência, vier de dentro de mim.” (Ulpiano) E, para lembrar do conceito de Deleuze e Guatarri, falado em sala de aula, seria nada mais que dar espaço à produção de singularidades. Agir pelas forças ativas seria agir pelas forças que estão em nós, e não na lógica do outro (força reativa), é a potência da criação, em um campo operatório inventivo, que é imprevisível.


No site do Claudio Ulpiano, há o vídeo de sua aula completa, como também outros materiais interessantes, e muita coisa de Deleuze: http://www.claudioulpiano.org.br/


Qualquer equívoco, desculpem.


Diferentes autores abordam este assunto, é um tema que tem muitas discussões. Acho que a Filosofia da Diferença, pelo pouco que eu sei, tem dado bem conta do recado.


Yasmim de Menezes França.

2 comentários:

  1. O Código de Ética apresenta como primeiro dos princípios fundamentais do psicólogo a promoção de liberdade. Com base nessa noção de liberdade que o Claudio Ulpiano apresenta no vídeo, ou seja, como domínio das forças ativas sobre as reativas, é possível pensar como incompatível com a ética o trabalho dos psicólogos que realizam a orientação profissional por meio de testes.

    Digo isso porque aquele cliente que busca na orientação profissional um saber que lhe aponte qual profissão deve seguir, dá ao psicólogo o poder de escolher por ele. Quando condizente com essa vontade do cliente, o que o psicólogo faz é justamente promover as forças reativas em detrimento das ativas. Deixa, portanto, de promover a liberdade.

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  2. Ana Carolina Gomes Perez22 de junho de 2010 às 15:30

    Adorei o vídeo!
    Afirmar-se a liberdade completa de escolhas dos sujeitos é sempre um solo delicado.
    É muito curioso, para mim, observar as diversas formas pelas quais as pessoas buscam negar a liberdade e a potência de escolhas de todos.
    Freqüentemente diz-se que não têm escolhas (ou têm menos e piores) as pessoas sem recursos financeiros ou as pessoas que não puderam ter acesso a certos estudos.
    Tento olhar para tudo isso e me pego constatando que a grande captura de potência para escolher é o próprio limite estético de nossa criatividade de vida.
    Enquanto singularidade é sempre múltipla a possibilidade de trilhar-se existências...

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