terça-feira, 22 de março de 2011

Estava eu, saindo dessa aula/grupo, quando encontro Malu (Maria Luisa) e começamos a conversar amenidades (aquele tipo de conversinha de ônibus) até que nos deparamos com uma pergunta sem grandes ambições: “e ai, o que achou da aula?” Pronto! Dispositivo certo para uma conversa muito interessante.
Falei com ela que anotei o que a galera respondeu durante o grupo e que queria fazer um texto com isso. Começamos a viajar na proposta. Falei que precisava de um início e que não queria que ninguém fosse a personagem principal... daí ela lembrou-me que somos todos atravessados uns pelos outros e pela aula e ... “Eureka!” Atravessamentos! Conceito interessante que quando vira apenas uma palavra lembra atravessar, que lembra faixa de pedestres, que lembra rua! Bom, comecemos então pela rua.
Imaginem uma rua qualquer onde coisas, no mínimo inusitadas, estão atravessando imbuídas de suas questões. São elas: um aspirador de pó, procurando qual é o pó novo que precisa para aspirar; uma rock star muito criativa, cheia de projetos pra colocar em prática; uma embaúba, acompanhada de suas formigas (ambas essenciais para a existência uma da outra); um tênis, prático e maleável para caminhar por onde quer que for; uma professora, com seus pensamentos foucaultianos; a década de 60, com seu jeito novo e hippie de ser; Freud, com seu cachimbo, relembrando seu último sonho; um poodle saltitante e carinhoso, o Jô Soares, com sua ironia e seus conhecimentos diversificados; o Budismo, com sua concretude e objetividade; o bom e velho brinco, simples e para todas as horas; a Espanha, com sua dança, idioma e cultura a serem desvendados; O Máscara, verde e rodando, pronto para desativar mais uma bomba; o Zodíaco, trabalhando na elaboração de mais uma carta enigmática; uma grama, munida de sua plaquinha “não pise”; o Mutley, com sua risada irônica, de longe, obedecendo o Dick Vigarista; uma boca vermelha, falado e dando beijos, uma “mania de infantilizar”, mostrando toda a seriedade que o infantil pode traduzir; um dito popular, sem arrependimentos; a Itália, com todo seu romantismo e comidas saborosas; o comum strogonoff, que precisa ser bem elaborado pra existir; um celular Nókia, sem toda aquela tecnologia descartável e, que por ser simples, não deixa na mão...
Todos atravessando a rua... E para onde vão? Quais caminhos irão escolher? Cenas do próximo capítulo...
O importante é que todos estão atravessando e porque não dizer, sendo atravessados!

Ana Marcela Terra

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