Ana Meza
Ainda sobre a aula de ontem: a discussão em torno de escolhas problematizando-as como possibilidades já prontas, somente a serem decididas uma em detrimento de outra, como se já trouxessem a priori todo o percurso posterior a essa escolha, podendo assim serem definidas como certas e erradas, e não a concepção de que são construídas permanentemente, me remeteu a um trecho da música A seta e o alvo de Paulinho Moska:
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?
quarta-feira, 19 de maio de 2010
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Hm... Esse texto nos pareceu ter algumas diferenças significativas em relação à tese defendida nas aulas. Na passagem "Por isso se diz que qualquer escolha implica conflito, ou melhor, escolher significa resolver conflito", a impressão que tivemos é que a idéia vai de encontro ao que é proposto no curso, ou seja, a questão da "escolha da escolha", de criar novas possibilidades de escolha. =)
ResponderExcluirNão sei se vejo por este prisma, acredito que mesmo quando "escolhemos a escolha" não afirmamos que isso se dá sempre de maneira fácil e tranquila. Crises são disparadoras de movimento!
ResponderExcluirO que há é a possibilidade de ressignificar a crise/conflito de uma forma que não seja sempre algo ruim e a ser evitado/tamponado, mas pensá-la como dispositivo potente para outras possibilidades! Para sairmos do que antes se encontrava "engessado".
Oi desculpe Veronica e Felipe, ao postar o comentário acima o texto que vocês se referiam era o da minha postagem anterior (o da escolha do Sílvio Bock).
ResponderExcluirMas em relação a este acho que esta questão se evidencia mais ainda né. Pois afirmar que o alvo não te espera, que se parte rumo ao nada é justamente, na interpretação que tive do trecho da música, dizer que as possibilidades não estão prontas, somente esperando que acertemos a seta neste alvo a priori, como caminhos já dados que ao escolhermos já estaríamos escolhendo todo resto porvindouro pronto e acabado.
Mas temos que construí-lo momento a momento (por isso para mim é estranho falar, por exemplo, em escolha certa, como se uma escolha agora já determinasse todo o percurso a partir dela).
Dizer que o fim da estrada é o rumo ao nada, para mim é apontar "a escolha da escolha", a criação das próprias possibilidades de escolha.
Quando se está imerso em uma lógica de tutela me parece compreensível a observação de que muitos crêem na impossibilidade da autonomia da invenção e construção completa para toda escolha micropolítica de vida...
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