terça-feira, 5 de julho de 2011

O que vou levar dos nossos encontros

Os encontros sobre Análise do Vocacional me incentivaram a relativizar meu olhar acerca da escolha profissional em inúmeros aspectos que não se esgotarão nesta breve explanação. Dentre eles, pude situar historicamente a importância desta escolha na sociedade capitalista, onde tudo parece ao alcance do indivíduo, basta que ele se esforce, lute, estude e trabalhe honestamente. Percebi que em certas sociedades esta escolha não tem tanta importância. Existe até mesmo sociedade sem profissões - algo tão difícil para uma Papalagui imaginar!! Questionamos: será que realmente há possibilidade de escolha por parte do indivíduo? E, através da leitura de textos e das nossas conversas, percebi a importância da problematização dos critérios de escolha em prol de realmente se escolher. Constei o quão desafiante é ter uma "aula" que é mais que aula, é espaço crítico, é espaço de trocas, é dispositivo! A questão da escolha profissional e do trabalho decorrente dela está tão presente que atravessa quase todas as áreas de atuação do psicólogo de forma que não imagino como estes encontros sobre Análise Vocacional não possam ser úteis à minha formação.

Boas férias, pessoal!!

Camila Roque

terça-feira, 21 de junho de 2011

O telegrama...

Para Psis:

Palavras para pintar
Paredes para pensar
Pessoas para polemizar
Pol'itica, Poesia, Psicologia!

Paula Rubea.

Poema Drummond

Um poema que li de Carlos Drummond de Andrade que achei super interessante, quando achamos que nossas escolhas são sempre as erradas e que nunca podemos tentar recomeçar. Acredito que as aulas de análise do vocacional foram úteis nesse sentido. Pelo menos para entender que nunca é o fim para uma escolha em nossas vidas.

"Não importa onde você parou...
Em que momento da vida você cansou...
O que importa é que sempre é possível recomeçar.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
É renovar as esperanças na vida e, o mais
importante...
Acreditar em você de novo.
Sofreu muito neste período? Foi aprendizado...
Chorou muito? Foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só diversas vezes?
É porque fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora...
Onde você quer chegar? Ir alto?
Sonhe alto... Queria o melhor do melhor...
Se pensarmos pequeno... Coisas pequenas teremos...
Mas se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente, lutarmos pelo melhor...
O melhor vai se instalar em nossa vida.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura."

Carlos Drummond de Andrade

BRUNO FONTES

Telegrama e outras coizitas mais....

DE: Carla Eirado. PARA: Grupo analise do vocacional

Caros companheiros,
Começando: cada cara calejada, cansada, caricaturada; conquanto cai. Cambaleia, caminha...Caiu-se!
Caiu-se cada comichão, cada confusão.
Canta!
Canta cura, canta carinho, canta contos camaradas. Cantam-se cara-a-cara; caras-a-caras...
Continuo, continuam, continuarão crer,com CORAÇÃO, caber.

Uma vez ouvi esta frase. E após ter essa fantástica experiência com vocês creio que ela se encaixe perfeitamente:

" Diz-se que, quando o ser humano se aproxima d'O Saber, ele crê que os rios são rios, as montanhas são montanhas e as nuvens são nuvens. Após profundo estudo e observação, ele compreende que os rios não são rios, as montanhas não são montanhas e as nuvens não são nuvens. Mas, quando realmente atinge a compreensão, finalmente vê que os rios não são mais do que rios nem menos do que rios, e por isso podem ser chamados de rios, o que acontece também com as montanhas e as nuvens." PADMA SANTEM

Também gostaria de compartilhar esse texto que, para mim confiavelmente, esboça o que foi (e é) o tão indeciso momento de uma escolha/aposta/risco da profissão ou de qualquer outra coisa significativa, em termos de sentido neste longo, insistente e pedante processo de deitar e levantar, mais conhecido como Viver:

FORMAS
--Foi bastante complicado para Ela.
Porém, passado o momento angustiante, Ela, pouco a pouco abre seus pequenos olhos. Olhos indefesos, desprovidos, ingênuos.
Começa a sentir o ar...Nota-o exacerbado. Faz uso de sua visão, no entanto, pouco ela poderá lhe oferecer. Tamanha claridade cega-a.
Ela é sensível, sente que seu lugar não é aqui.
Está inacabada tal qual canto sem música; fruta sem semente, flor sem aroma.
Passa o tempo em seu delírio, solidão.
Ela se tranca.
Cai em descanso profundo e põe-se a meditar.
Vem dia, vai dia...vem noite, vai noite...
Até que, então, a nostalgia que reservava em seu coração torna-se calmaria. Ela não deseja sucumbir no mar da incompreensão.
Não! Quer experimentar.
Sentir cada gota de orvalho a cair em sua face, vislumbrar a dança dos vaga-lumes no cair da noite, ouvir o falar dos pássaros.
Ora, vejam! Ela despertou!
Encontrou, enfim, a parte que lhe faltava.
Doravante poderá crer em todos os seres, achou a essência do seu viver, e por isso, Ela passa com formosura. Enfeitiça a todos que para Ela desviarem o olhar.
Agora permanecerá eternamente com esta forma. Gozará de tudo que esta vida possa lhe dar, vivendo intensamente todos os seus suspiros e alcançará a mais plena felicidade. Portanto, abandone a obscuridade, tente entendê-la, não tenha medo. Acredite em sua essência, não desconfie da vida.
Algum dia a vida revelar-te-á a parte que lhe falta, pequena lagarta.
Há de se transformar em uma admirável borboleta, e alcançará a mais plena felicidade!
CARLA DO EIRADO




segunda-feira, 20 de junho de 2011

Lembrei de vocês...

Pesquisando mensagens e trechos para o convite de formatura de minha turma, achei este trecho de Foucault que me remete muito às nossas discussões.

Para além de conceitos e teorias aprendidos ao longo da graduação, sem dúvidas meu maior aprendizado é justamente saber que "se pode pensar diferentemente do que se pensa e perceber diferentemente do que se vê". Estranhar, questionar, desconstruir, construir, saber que não se sabe tudo, nunca...é isso que fica....

“De que valeria a obstinação do saber se ele assegurasse apenas a aquisição dos conhecimentos e não, de certa maneira, e tanto quanto possível, o descaminho daquele que conhece? Existem momentos na vida onde a questão de saber se se pode pensar diferentemente do que se pensa, e perceber diferentemente do que se vê, é indispensável para continuar a olhar ou a refletir. Talvez me digam que esses jogos consigo mesmo têm que permanecer nos bastidores; e que no máximo eles fazem parte desses trabalhos de preparação que desaparecem por si sós a partir do momento em que produzem seus efeitos. Mas o que é filosofar hoje em dia — quero dizer, a atividade filosófica — se não consistir em tentar saber de que maneira e até onde seria possível pensar diferentemente em vez de legitimar o que já se sabe” (Foucault, 1984 [1998]:13).

Fonte: Foucault, Michel. História da Sexualidade Vol. 2 (O uso dos prazeres). Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque. 8ª ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1998 [1984].

Natália Ferreira

Telegrama N



NUANCES

Nem nisso, nem naquilo...
No nada? Nade!
Ninguém? Navegue!
Neutros? Nós não!

Natália Fererira

Meu telegrama para turma

Letra S

Sabiá sábio sabia... sussurrar!!
Sim, senhores!
Sabemos ser "sinistro" saber sobre sábias sugestões...
Saibamos sugerir sobre surpresas sem sentido, sendo superações sensacionais!
Sorrindo, sóbrios...
Seguindo seus sonhos sem saber se só sonha, sem saber se sai...


Shanti Rodrigues

Para sonhar um mundo ao revés

Com todo esse clima de término, que já está me deixando nostálgica posto minha canção de ninar favorita (ohn). Porque não há nada melhor do que desconstruir e fazer análise na cama. (De acordo com o Lourau, não me entendam mal, porfavor!)

"Érase una vez, un lobito bueno
al que maltrataban todos los corderos

Había también un principe malo,
una bruja hermosa
y un pirata honrado.

Todas estas cosas
habia una vez
quando yo soñaba un mundo al revés."

(Era uma vez um lobo bonzinho, que era maltratado por todos os cordeiros.
Havia também um príncipe malvado, uma bruxa formosa e um pirata honrado.
Todas essas coisas existiam quando eu sonhava um mundo ao revés.) - em tradução livre e sem beleza

Bons sonhos
Aymara
Várias reflexões percorreram esse semestre no nosso grupo e nas nossas cabeças após cada encontro. Como eu disse no dia em que nos apresentamos de forma diferente, sou uma pessoa objetiva, que vê a prática das coisas, não só num sentido de aplicar aquilo, mas também de ver como aquilo mudou a minha vida, me atravessou de alguma forma. Fiquei pensando nisso sobre nossos encontros...Sei que não saí com respostas de nada, mas sim com muitas perguntas sobre "respostas" que eu fiz ou vivi sem pensar no motivo, e isso pode mudar muitas coisas na minha vida daqui em diante. Estou cada vez mais certa que o que eu quero mesmo eu não encontrarei em nenhuma profissão específica, mas ao mesmo tempo sei que a psicologia foi e é essencial no meu caminho, pela visão que me proporcionou e pelas portas que me abriu.

Falei que estava fazendo a matéria "Análise do Vocacional" pro meu namorado e ele me perguntou o que era isso, se era orientação vocacional e tal. Vocês sabem como é difícil explicar qualquer coisa de psicologia para quem é de fora né...Mas, me surpreendi explicando de forma bem simples até: a orientação vocacional te ajuda a ver o que você vai escolher de profissão e a análise do vocacional te ajuda a saber porque você vai escolher (escolhe ou escolheu) na vida. Até que ele entendeu (ou aceitou).

Com a letra R (e sem conectivos): Roda

Raro recurso rumo reconstruções referente razões requirindo repensar, resolver, revelar respostas.

Reunimos recordações, rumores, reagrupamos retalhos, rebelamos...

Resultam revelações reais, risadas, reparos, reorganizações...

Reflexões, reflexões, reflexões....

Até!
Rafaela Cruz



domingo, 19 de junho de 2011

Sobre nossas Conversas




Conversas

Cartografar caminhos,

Compreender critérios,

Criar chances,

Convocar criatividades,

Conjugar, concordar, confrontar...

Confundir cérebros.



Camila Roque